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Nestes tempos em que está muito em voga o cuidado com a saúde, a preocupação com o corpo, a questão da obesidade, lembramos que tudo isso depende de hábitos saudáveis e, sobretudo, de uma alimentação adequada. Aqui entra a importância da família, pois é desde criança que se formam os hábitos de vida e as preferências à mesa.

Se desde pequenos os filhos aprenderem que é necessário ajudar em simples tarefas da casa e a dosar a vontade de comer uma sobremesa, eles se habituarão a não levar uma vida sedentária e a ter uma alimentação balanceada.

Para isso os pais devem dar o exemplo, dividindo desde o início da vida conjugal as tarefas domésticas e se acostumando a não exagerar nos pratos muito gordurosos ou nos doces.
Isso porque existe um fator psicológico muito forte que é a associação das refeições na infância com todo o clima de aconchego e carinho daquela fase tão maravilhosa de nossas vidas. Aquele mingau de aveia que a mamãe fazia, o biscoito de nata da vovó ou o pão quentinho que o papai trazia, derretendo a manteiga, serão coisas praticamente impossíveis de se renunciar quando adultos, mesmo se alguém é diabético ou tem problemas coronários.

A mãe que prepara alimentos para o filho, principalmente nos anos mais precoces, exerce um ato de amor insubstituível. Essas tarefas ficam mais prazerosas e possíveis de serem mantidas se pai e mãe se ajudam.
Entretanto, no mundo moderno, o fácil acesso aos alimentos industrializados nos levou ao comodismo – já nos acostumamos a comprar alimentos cada vez mais saborosos, porém mais condimentados e artificiais, e perdemos a consciência de que a saúde depende de quão mais naturais eles sejam. Parece-nos muito difícil cozinhar se podemos ter tantas coisas prontas ao nosso dispor. Acabamos por ingerir aditivos químicos que são utilizados não só para a preservação e conservação desses alimentos, como também para fixar sabores, colorir, adoçar, aromatizar, dar mais consistência…

Com tantas substâncias artificiais, surgem doenças que poderiam ser evitadas.
Adicionalmente, com o conceito de que ter qualidade de vida é ter uma vida “confortável”, nem pensamos mais em gastar um pouco de calorias para varrer a casa, passar o pano no chão, estender as roupas – coisas às vezes necessárias, mesmo se temos alguém que ajude nas tarefas domésticas. São trabalhos “inferiores” para a maioria das pessoas.

Os pais devem dar o exemplo, dividindo
desde o início da vida conjugal as tarefas
domésticas e não exagerando nos pratos
muito gordurosos ou nos doces

Nossas crianças, que hoje ficam várias horas na frente da TV ou do computador, vão se predispondo à obesidade. Quando forem adultas, dificilmente conseguirão cuidar bem de uma casa e raramente abdicarão de refrigerantes ou de sucos prontos, de sanduíches ou hambúrgueres, salsicha ou presunto, “fandangos” ou “rufles”…
Como pais, devemos “perder” tempo com esses aspectos da formação de nossos filhos.

Quando possível, é bom ensiná-los a cozinhar, a evitar alimentos demasiadamente calóricos e a consumir alimentos frescos. Levá-los às compras, priorizando frutas, verduras, legumes e cereais. Para isso, nossos hábitos precisam ser avaliados continuamente a fim de que crianças e adolescentes possam aprender mais do nosso comportamento que de nossas palavras.

Eles precisam da nossa coerência.

José e Margarete Daldegan

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