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A minha vida mudou completamente quando recebemos a confirmação que meu marido, John, tinha a doença de Alzheimer. Naquela época me concentrei no meu sofrimento e no peso que eu deveria carregar. Mais tarde conheci algumas pessoas que me ajudaram a experimentar o amor de Deus, e eu entendi que cuidar do John era a coisa mais importante da minha vida.

 

Mas, o caminho que percorri foi longo. No início eu fiquei muito assustada e não conseguia lidar com aquela situação. Depois, quando as condições do John pioraram, não havia ninguém ao meu lado que pudesse me ajudar. Até mesmo o médico de família estava em férias. Eu sofria por não saber como ajudá-lo. E mais, eu cuidava de muitas outras coisas, inclusive da nossa situação econômica. Percebi que também eu não estava bem e, de fato, esta situação pesou sobre a minha saúde. Depois de procurar por muito tempo, encontrei uma empresa que oferecia serviços de cuidadores. Um mês depois uma senhora foi à nossa casa e compreendeu bem a situação. Ela demonstrou-se solícita e me ajudou muito. Foi um alívio!

Algumas semanas depois, eu fui convidada para participar de um encontro de quatro dias, organizado pelo Movimento dos Focolares. Eu pude participar porque foi possível internar meu marido em uma casa de repouso. Um dia, durante uma reunião de grupo, alguém me perguntou: “E você, Pam, o que você faz?” Eu não queria responder e contar todos os meus problemas, o meu sofrimento e minha fragilidade. Mas, para não ser mal-educada, comecei a dizer alguma coisa e, a certo ponto, caí em prantos. Era a única coisa que eu não queria naquele momento: atrair a atenção sobre mim. Ainda assim, imediatamente, todos procuraram me consolar. Entenderam o que eu estava vivendo e queriam demonstrar-me amor e compaixão.

No início pensei que eu ficaria com vergonha, mas – coisa inacreditável – me senti aliviada e curada! A situação em si nada mudou e, mesmo assim, me senti transformada!

De fato, me dei conta de que cuidar do meu marido tornara-se um peso para mim. Todavia, Jesus disse: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11,30). Foi necessário que alguém me lembrasse de que Deus é Amor e que me ama imensamente.

Uma vez que coloquei Deus em primeiro lugar no meu coração, na mente e na alma, tudo retomou a proporção certa. O meu marido, doente, passou a representar o que há de mais importante.

Certamente em situações como esta, é importante rezar. Mas, o que mais me ajudou a sair desta situação de sofrimento foi a presença espiritual de Jesus entre os membros daquele grupo. Eles me fizeram experimentar o amor de Deus.

A minha experiência com John continua, mas, agora eu sei que posso contar com o amor de todos.

Fonte: New City (Inglaterra) Agosto-Setembro 2017

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